O descarte responsável e o gerenciamento adequado das lâmpadas fluorescentes já são realidade na União Europeia. Diferentemente do Brasil, que ainda está por implementar sua política de Logística Reversa, a Espanha já possui 8 mil pontos de coleta de lâmpadas distribuídos por todo país.

            Conforme Alberto Rodriguez, da Associação para Reciclagem de Lâmpadas da Espanha (AMBILAMP), o país já recolhe 40% dos resíduos de lâmpadas fluorescentes, encaminhando-as para descontaminação e reciclagem, com recuperação do mercúrio contido nesses produtos. “A meta é chegar a 45% até 2013”, informou.

            De acordo com Rodriguez, o processo de descontaminação existente hoje na Espanha compreende a classificação dos diferentes tipos de lâmpadas, seguido de corte para separação dos terminais e partes recicláveis, e por fim, destilação dos materiais que ainda contém mercúrio. 

“Trata-se do mesmo processo realizado pela Apliquim Brasil Recicle, o que confirma que estamos operando com tecnologia capaz de buscar sustentabilidade no tratamento das lâmpadas que contem mercúrio. Além de já praticarmos os preceitos da logística reversa no mundo todo”, observa Sebben.

O Brasil consome mais de 250 milhões de lâmpadas fluorescentes por ano, entre o uso residencial e industrial, e apenas 14 milhões são destinadas adequadamente. “O Brasil se tornou um dos países que mais consomem lâmpadas contendo mercúrio no mundo. Assim, como temos muitas lâmpadas sendo jogadas no lixo ou em aterros sanitários, aumenta-se o risco à saúde das pessoas e ao meio ambiente, já que o mercúrio é um metal tóxico e extremamente volátil”, explica o biólogo e mestre em engenharia ambiental Eduardo Sebben, diretor da Apliquim Brasil Recicle e um dos representantes brasileiros no encontro realizado em Brasília.