Referência brasileira no setor a partir do tratamento de lâmpadas em larga escala, Apliquim Brasil Recicle inicia conversações para prestar consultoria ao projeto federal uruguaio no setor, que pode fazer do país vizinho o primeiro da América Latina a atuar em linha com as novas regras globais do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Um grupo de técnicos do Uruguai realizou recentemente uma jornada de trabalho com a equipe técnica da Apliquim Brasil Recicle para um projeto ambicioso: sistematizar o sistema de logística reversa de lâmpadas no país. Embora trate-se de um assunto de anos, o caso uruguaio se bem sucedido pode vir a ser o primeiro da América Latina a implementar políticas ambientais de descontaminação de mercúrio alinhadas com as recentes regras globais sobre o assunto determinadas pelo PNUMA – Programa das Nações Unidas do Meio Ambiente. A delegação uruguaia procurou a Apliquim Brasil Recicle para iniciar as discussões de uma possível parceria, onde a Apliquim Brasil Recicle poderia vir a assumir a consultoria técnica da iniciativa.
 
O fato de ser um país pequeno e com pouca escala faz do Uruguai um exemplo dos desafios da gestão ambiental em qualquer lugar do mundo: muitas empresas internacionais ligadas à gestão genérica de resíduos não se interessam em assumir projetos personalizados como este, o que fez os representantes do país vizinho enxergarem na Apliquim Brasil Recicle um contato ideal para personalizar uma plataforma nacional de reciclagem e descontaminação de mercúrio. O Uruguai é parceiro da Organização das Nações Unidas (ONU) neste tema e deverá sediar a próxima reunião internacional do programa, em 2014, o que aumenta a responsabilidade de desenvolver uma solução de qualidade para o assunto. “O fato de sermos uma referência na gestão adequada do mercúrio no Brasil a partir do segmento de lâmpadas, e de estarmos diretamente vinculados às discussões do Plano Nacional de Resíduos Sólidos em Brasília, se somou à proximidade geográfica e à compreensão dos desafios mútuos que Brasil e Uruguai enfrentam neste sentido”, destaca o diretor-superintendente da Apliquim Brasil Recicle, o biólogo e mestre em gestão ambiental Eduardo Sebben, ao explicar este início de conversações.
 
No encontro realizado na sede da Apliquim Brasil Recicle em Paulínia (SP), a comitiva uruguaia apontou suas demandas tecnológicas e estruturais para implementar uma política de reciclagem e descontaminação de mercúrio: o principal desafio reside na baixa escala de geração de resíduos e a necessidade de desenhar um modelo de gestão que permita resultados ambientalmente corretos mas também gerem receita para os parceiros técnicos. “Este é um projeto com muitas particularidades, a começar pela exigência do conhecimento técnico dos processos de descontaminação. Se for o caso, de fato será um privilégio para a Apliquim fazer parte da solução a este problema”, conta Sebben.
 
O projeto uruguaio é liderado pelos técnicos do Parque Científico Tecnológico Pando, localizado na cidade homônima perto de Montevidéu. O organismo foi convidado governo do Uruguai, através da Direção Nacional de Meio Ambiente local (DINAMA), para desenhar um plano de negócio e instalação de uma unidade de descontaminação de lâmpadas e demais resíduos portadores de mercúrio. A Associação de Indústrias, o Ministério das Indústrias, universidades e órgãos públicos de gestão municipal também são associados da iniciativa. “O ponto de partida passa por uma auto-regulamentação do mercado ou a criação de mecanismos que facilitem a criação de leis ligadas ao assunto, pois o Uruguai não conta com legislação ambiental dedicada à lida do mercúrio; existe apenas a probição do descarte em aterros”, observa Sebben. “O governo federal uruguaio está disposto a criar regulamentações que viabilizem o empreendimento, que por enquanto se limita a estocar material tóxico enquanto localiza a solução adequada para o caso”.

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