A falta de chuva, especificamente, sempre existiu no nordeste e em outras regiões do Brasil. Porém, talvez jamais tenha colocado em risco um número tão grande de pessoas como foi na região atingida por esta seca.
 
Mesmo com todos os projetos programados pela Sabesp, os esforços beneficiarão apenas 4,8 milhões de pessoas na região da grande São Paulo, isto daqui a quatro anos, conforme a previsão das obras, enquanto a grande São Paulo abriga hoje 20 milhões de pessoas. (Fonte: Folha de São Paulo)
 
O fato é que hoje em dia a água potável é um bem tão nobre quanto ouro. Infelizmente, a tragédia vivida pelos paulistas ainda não é suficiente para que dediquemos mais tempo cuidando de nossos mananciais, para que estejamos atentos aos riscos de contaminação, não apenas à falta de chuva.
 
Uma das grandes fontes urbanas de contaminação da água é o descarte indevido de lâmpadas fluorescentes. Diferentemente do setor industrial, em que os riscos ambientais podem ser mapeados, temos grande parte das 200 milhões de lâmpadas fluorescentes vendidas ao ano nas mãos de consumidores, sem o menor controle sobre o destino dado a este resíduo. Dados oficiais informam que menos de 20% das lâmpadas são encaminhadas para o descarte. Todo o restante sofre uma espécie de “desmaterialização”, sem nenhuma informação sobre o seu paradeiro.
 
Pense. O que os olhos não vêem pode estar contaminando gravemente àquilo a que tanto estamos atentos nas últimas semanas: nossos reservatórios de água potável. Uma única lâmpada fluorescente pode contaminar até 15 mil litros de água.
 
Faça a sua parte. Descarte corretamente. Fiscalize e faça denúncias aos órgãos ambientais. Agir corretamente hoje pode beneficiar você e muitas gerações futuras. O risco está aí. Podemos fazer alguma coisa hoje ou procurar futuros culpados. São Pedro, quem sabe?
 
Texto: Fabiana Loredo