Na 13ª Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (FIMAI 2011), a Apliquim Brasil Recicle não pretende apenas dar visibilidade à sua experiência em tratamento de resíduos mercuriais, descontaminação e reciclagem de lâmpadas fluorescentes. Além disso, espera mostrar aos visitantes do evento a importância de iniciativas que combinam sustentabilidade e inclusão social para o desenvolvimento do país.

Por esse motivo, durante o evento, que será realizado de 8 a 10 de novembro, no Expo Center Norte, em São Paulo, a empresa irá distribuir sacolas confeccionadas a partir de tecido de guarda-chuvas reciclados, apoiando um projeto inédito da Associação Profetas da Ecologia, que oferece oportunidades de trabalho e renda para comunidades carentes em Porto Alegre (RS), a partir da reciclagem do lixo.

“Ao invés de usarmos recursos naturais para produzir as sacolas a serem distribuídas na feira, vamos reaproveitar materiais que estão no lixo e poderiam acabar em aterros, contaminando o meio ambiente”, explica a gerente de Valores e Mercado da Apliquim Brasil Recicle, Fabiana Loredo. “Desse modo, também estamos contribuindo para a inclusão social, por meio do incentivo ao trabalho dos recicladores”, acrescenta.

A ideia de confeccionar sacolas ecológicas a partir de tecido de guarda-chuvas encontrados no lixo partiu da pedagoga Natália Soares, uma das coordenadoras da Associação Profetas da Ecologia. “Há três anos, num dia bastante chuvoso, eu estava dentro de um ônibus parado em função de um alagamento que impedia o fluxo do trânsito. Observei pela janela que havia um guarda-chuva aberto tapando um dos bueiros da rua, barrando a passagem de água e acumulando lixo. Pensei que aquele guarda-chuva era uma das causas do alagamento e, ao chegar em casa, tive a ideia de usar esse tipo de produto para produzir algo útil, retirando-o do meio ambiente”, conta Natália.
A partir da ideia, a Associação Profetas da Ecologia, que atua junto a unidades de triagem de lixo em Porto Alegre, passou a encaminhar os guarda-chuvas descartados para a produção das sacolas, criando uma opção de trabalho e renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Os recicladores são pessoas com histórico de vida difícil, que muitas vezes não têm seus direitos básicos assegurados. Para eles, o lixo não é descartável, mas uma forma de sustento capaz de unir as pessoas para uma mudança de vida, baseada na preservação do meio ambiente. Ao separar e transformar o lixo, essas pessoas também aumentam sua auto-estima e deixam de se ver, elas próprias, como descartáveis”, emociona-se Natália.      
 A confecção das sacolas tem auxiliado mulheres como Vera Lúcia Silva Duarte, 57 anos, moradora de uma das casas de passagem do Bairro Navegantes que abrigam famílias carentes. “Como eu costumo dizer, não tenho carteira assinada, mas tenho muito trabalho, graças à reciclagem. Poder aproveitar o que está no lixo para fazer coisas úteis significa, para nós, uma vida melhor”, diz a participante do projeto.
 
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